segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

África: uma história rejeitada

Percebe-se que ao longo do tempo histórico, as civilizações do continente africano foram subestimadas. A doutrinação política e econômica europeia proporcionou que a história da África fosse escrita de forma que conviesse com os interesses desses povos que se auto declaravam “superiores”. Quando se fala em cultura desenvolvida na África o que nos vem a cabeça é a civilização egípcia. No entanto, muitos povos da porção centro-sul do continente desenvolveram ricas culturas que foram perdidas ou escondidas. Talvez o fato desses povos não desenvolverem até então uma escrita que pudessem afirmar os fatos enfraqueceu a predominância dos seus valores. Achados arqueológicos comprovam que o continente africano é rico em aspectos naturais (já foi colonizado pelo menos duas vezes e está passando por uma terceira exploração de seus recursos naturais pelas grandes potências industriais), possui também uma riqueza humana, e consequentemente, cultural de suas tribos primitivas. Antes do colonizador branco chegar a esse território já existiam grandes impérios negros que a história ocidental durante muito tempo insistiu em negar a sua importância. Um exemplo claro desses reinos promissores ocorreu na região que hoje configura o país chamado de Zimbábue, próximo à África do Sul. As grandes construções descobertas foram a princípio creditadas a povos brancos, pois a organização e a genialidade não condiziam com o povo negro, afirmavam os brancos. Tal afirmação pode ser entendida não apenas como racista, mas também como política, uma forma de garantir o direito do colonizador europeu nessa área, afirmando que, no passado, teria sido povoada por povos brancos. O conceito de cultura é bastante amplo, e afirmar que a África não tinha cultura, em relação a cultura europeia é errado. Pois os povos africanos, nesse caso, do sul, desenvolveram desde cedo sua própria cultura, com costumes, religiões, idiomas, construções de acordo com o que as possibilidades de um possível isolamento geográfico lhes permitiram. A cultura eurocêntrica, dita mais desenvolvida, só foi possível graças ao intercâmbio cultural na região do mediterrâneo (norte da África, Europa e os povos do oriente, da Ásia). A cultura negra da África primitiva é rica, e embora fosse não esquecida, mas escondida durante séculos, nota-se felizmente que na atualidade ela está sendo descoberta e apreciada, com todo o respeito que merece.